“Superman” de James Gunn: Um novo começo radiante para o Homem de Aço

Superman, dirigido por James Gunn, entrega exatamente o que se propõe: um novo começo para o herói mais icônico dos quadrinhos, longe da densidade fria da era Snyder, mas ainda com alma o suficiente para não se perder no oposto absoluto. O saldo é positivo, especialmente por trazer de volta uma sensação que andava esquecida: ver o Superman em cena e sentir esperança.

David Corenswet é, sem dúvidas, um ótimo Homem de Aço. Seu Clark é carismático, vulnerável, acessível — tudo o que o personagem precisava para respirar novos ares. A diferença em relação à versão de Henry Cavill é gritante e, para o bem da nova fase, muito bem-vinda. Gunn também acerta ao imprimir um tom mais leve e colorido à narrativa, sem cair no caricato: o filme é vivo, mas não infantil, e essa é uma linha difícil de manter.

Entre os méritos do roteiro, chama atenção a escolha de trazer temas extremamente atuais, como fake news, manipulação midiática e imigração — pontos que dialogam diretamente com a realidade contemporânea e reforçam o caráter do Superman como símbolo de empatia, inclusão e justiça social. Gunn entende que não basta Clark ser “bom”: é preciso colocá-lo em um mundo que constantemente testa essa bondade. E o filme faz isso com sensibilidade.

Quem realmente rouba a cena, no entanto, é Nicholas Hoult como Lex Luthor. Sua atuação é ameaçadora e brilhante — a melhor do filme. O personagem destila inteligência em cada movimento, construindo uma figura que consegue ser fria, racional e ao mesmo tempo inquietante. Por isso, o desfecho de seu arco decepciona: soa apressado, incoerente com tudo que foi estabelecido antes e claramente abaixo do que o vilão — e o ator — entregaram até ali.

Outro ponto incômodo é a necessidade excessiva de reafirmar que Superman é “bom, gentil, humano”. O filme parece não confiar na percepção do público e repete essa mensagem com diálogos expositivos e olhares carregados de sublinhado emocional. Um erro sutil, mas que incomoda especialmente em um filme que já transmite essa ideia com imagens, ações e posturas do personagem.

Por outro lado, os coadjuvantes são um show à parte. Jimmy Olsen é divertido na medida certa, e o Senhor Incrível é um dos maiores achados do longa — carismático, dinâmico e cheio de personalidade, sem nunca roubar o foco da trama principal. Gunn mostra que sabe equilibrar múltiplos personagens e construir um universo maior sem perder o controle narrativo.

No fim, Superman é um recomeço promissor, que respeita o passado sem se prender a ele. Há tropeços, sim, mas também há calor, direção segura, um elenco funcional e uma visão política coerente com o momento atual. E, depois de tantos anos entre o mito sombrio e o cinismo moderno, ver Clark Kent voando de novo com brilho nos olhos é mais do que simbólico — é necessário.

Assista ao trailer de Superman:

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