FRANKENSTEIN | SEM SPOILERS

Caioba FernandoBlog11/11/202547 Views

O Frankenstein de Guillermo del Toro é, sem exagero, uma das obras mais belas e cuidadosas de 2025. Visualmente deslumbrante, o filme é um verdadeiro espetáculo para os olhos e para a alma, resultado de um trabalho artesanal raro em tempos dominados por efeitos digitais e inteligência artificial. Del Toro rejeita o artifício tecnológico excessivo e aposta em uma abordagem manual, repleta de efeitos práticos e maquiagens meticulosas — um gesto que, por si só, já carrega um significado especial no contexto cinematográfico atual.

Assista ao trailer de Frankenstein:

A fotografia, impecável do começo ao fim, contribui para criar uma atmosfera gótica e melancólica que honra o espírito do romance original, mas sem se prender a ele. Guillermo revisita o clássico com uma roupagem completamente nova: o seu Frankenstein é tanto uma homenagem quanto uma reinvenção. O diretor consegue extrair um novo fôlego desse personagem tão revisitado, oferecendo uma história que equilibra emoção, reflexão e horror existencial de forma acessível e profundamente humana.

O elenco é outro ponto de destaque. Jacob Elordi está magnífico como a criatura — especialmente nos dois primeiros terços do filme, trazendo uma sensibilidade e uma dor quase palpáveis para o monstro. No terço final, a narrativa se distancia um pouco de seu foco original e o ritmo cai, mas sem jamais comprometer a força do conjunto. Oscar Isaac, por sua vez, brilha intensamente como Victor Frankenstein, encarnando a obsessão e a loucura de um homem que tenta desafiar e calar a morte a qualquer custo.

Del Toro constrói um fascinante jogo de espelhos entre criador e criatura. Victor Frankenstein busca refutar a morte, vencer o inevitável; já sua criação, em contrapartida, deseja o fim, o descanso, a paz que o criador tenta negar. Essa inversão de desejos, além de poderosa, revela o coração filosófico do filme: uma meditação sobre vida, morte e o peso de existir. O roteiro, nesse sentido, não fica abaixo dos aspectos técnicos — é inteligente, acessível e cheio de contradições que enriquecem a trajetória dos personagens.

No fim das contas, Frankenstein é mais do que um filme de terror ou uma nova adaptação de um clássico. É uma obra de arte sobre o próprio ato de criar, sobre o que nos torna humanos — e sobre o preço de brincar de Deus. Guillermo del Toro entrega um dos grandes filmes do ano, uma experiência sensorial e emocional que certamente deve figurar entre os principais concorrentes do próximo Oscar.

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