
A possível compra da Warner Bros. pela Netflix levanta um debate que vai além do mercado. Trata-se da sobrevivência do cinema como experiência. A lógica do streaming, com mais lançamentos, mais rapidez e mais consumo, aponta para um futuro com menos salas e filmes pensados para telas pequenas. E isso representa um empobrecimento cultural.
O cinema não é apenas assistir a um filme. É sair de casa, se arrumar, escolher uma sessão, sentar numa sala escura e compartilhar emoções com desconhecidos. O riso coletivo, o silêncio absoluto, o impacto de uma cena vivida em conjunto. Tudo isso transforma o filme em evento, não em algo descartável entre notificações.
O streaming, por mais prático que seja, jamais oferecerá essa experiência absoluta. Em casa, o filme disputa atenção com o celular, pausas e distrações. No cinema, ele exige entrega total.
Por isso, a defesa das salas de exibição é também a defesa da arte. Cineastas como Kleber Mendonça Filho, que afirma que seus filmes devem ser vistos no cinema, entendem isso profundamente. Assim como Martin Scorsese, Guillermo del Toro, Christopher Nolan e tantos outros que veem a sala escura como parte essencial da linguagem cinematográfica.
O streaming pode coexistir, mas não substituir. Reduzir o cinema a “conteúdo” é negar sua história, sua força coletiva e seu impacto emocional. Defender o cinema hoje é defender o encontro, o ritual e a experiência compartilhada. Porque cinema não é apenas ver um filme. É vivê-lo.
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