O anúncio de Homem-Aranha: Um Novo Dia trouxe empolgação, mas também um certo gosto amargo. Mais uma vez, o Peter Parker de Tom Holland dividirá o protagonismo com outros heróis — dessa vez com o Hulk e o Justiceiro. E embora a combinação gere expectativa, a verdade é que isso enfraquece o que o personagem mais precisa neste momento da sua trajetória: um filme só dele.
Desde sua estreia no MCU, o Aranha de Holland tem sido parte de um quebra-cabeça maior. Participou de guerras, enfrentou vilões multiversais e dividiu a cena com os maiores nomes da Marvel. Mas esse constante compartilhamento de protagonismo tem um custo: a falta de profundidade na jornada individual de Peter Parker. Sempre que está prestes a crescer, algum herói maior entra em cena e o impede de trilhar esse caminho sozinho.
E é justamente por isso que Um Novo Dia, ao incluir Hulk e Justiceiro, escancara uma decisão claramente comercial — feita para atrair bilheteria e garantir trending topics. Não é sobre a história, é sobre o lucro. E isso compromete a chance de vermos o amadurecimento completo do personagem.
O Homem-Aranha não precisa de reforços. O personagem, por si só, é forte o suficiente para sustentar narrativas emocionais, morais e visuais com profundidade. Um filme centrado apenas no Peter — com conflitos próprios, aliados civis e desafios humanos — permitiria trabalhar sua evolução como nunca foi feito no MCU. Seria uma chance real de explorar o peso da responsabilidade, tão presente na frase que define sua essência: “Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades.”
A verdade é que, enquanto Peter continuar sendo tratado como uma peça do tabuleiro Marvel e não como um protagonista completo, seus filmes continuarão parecendo capítulos de uma saga, e não histórias fechadas e memoráveis. O público quer ver o herói amadurecendo, tomando decisões difíceis, enfrentando perdas e se tornando alguém maior. Isso só é possível quando o holofote é exclusivamente dele.
Sim, Homem-Aranha: Um Novo Dia pode ser um bom filme. Mas dificilmente será o filme que o personagem — e os fãs — merecem. Porque Peter Parker já provou, há décadas, que pode salvar o mundo. Só precisa que deixem ele tentar.
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